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De Málaga ao Porto por TET e ACT

Día 17

O pequeno-almoço era igual ao do hotel – ótimo!

Fizemo-nos à estrada às 9:01h, conseguimos fazer 1,5 etapas do ACT.

O offroad começa logo de seguida. Cada dia tem um símbolo, hoje são turbinas eólicas e neve.

O percurso leva-nos rapidamente ao cume onde passamos por dezenas de turbinas eólicas e vemos centenas delas nas colinas circundantes. O zumbido destas hélices domina a impressão desta manhã. Estradas rápidas de cascalho (criadas para a construção e manutenção das centrais eléctricas), mas com algum cascalho fino bastante traiçoeiro em alguns locais. Por vezes, estas estradas transformam-se em estradas de montanha rochosas e argilosas um pouco mais selvagens, rodeadas de urze e outra vegetação variada. Paramos num miradouro de quedas de água (a mais alta tem 15m, mas há muitos degraus para descer até lá. O Pedro foi lá dar uma olhadela, eu “guardei” as motas. 

Pouco antes do meio-dia chegamos à Serra da Estrella, em cujos picos já se via neve ao longe. A paisagem assume um carácter de alta montanha – vegetação rasteira, grandes rochedos, pedras. Ao longo do caminho há mais neve. Pouco antes do cume, abandonamos o percurso do ACT, que (de forma incompreensível) salta a parte mais alta. No entanto, conquista o pico da Torre. Com 1993m, é a montanha mais alta de Portugal Continental. No topo, ficamos chocados – não só com a quantidade de visitantes (é domingo, por isso ainda conseguimos perceber), mas principalmente com o que fazem aqui… Trenó e esqui! Até há um teleférico! Nas palavras de um clássico: “Bem, eu não estava mesmo à espera disto!”.

Depois de tirar fotos das bicicletas e festejar a conquista do cume, saio do cume por cima de grandes rochas que me escaparam por completo. Quase que dou tudo por tudo, mas deixo a bicicleta na última, para divertimento da multidão. Depois volta para o percurso ACT. Ou mesmo o TET, já que os dois percursos se cruzam muitas vezes hoje. Mantém-se a ACT, mas não é grátis. Atualmente, estima-se que mais de 2/3 do percurso é feito fora de estrada.


Por volta das 13:00, terminamos a Etapa 3 do ACT e decidimos seguir sem sobressaltos até à Etapa 4 (dia 2 do percurso habitual do ACT). Empanturramo-nos de pizza para o almoço e seguimos em frente, por cima de colinas, passando por mais centrais eléctricas, subindo belas encostas de montanhas bastante áridas, passando por lagos românticos e desfiladeiros selvagens.

Eu queria escrever algo sobre travessias a vau, mas a única de destaque hoje era tão grande que nós docilmente demos meia volta e o contornamos. 

Hoje finalmente conhecemos alguns motoqueiros. Ficámos muito surpreendidos com a cabeça de duas raparigas que andavam com (pequena) bagagem ACT (em sentido contrário). Uma numa Tenere 700 e a outra numa CRF. Foi a terceira vez que encontrámos alguém com uma TET ou ACT em 14 dias. Eles queriam falar, mas o nosso estava um pouco pressionado pelo tempo.

No final da viagem visitamos mais 2 pontos altos. Primeiro sobe ao monte da Marofa (976m) com os seus transmissores, igreja e uma grande estátua de Cristo. Daqui avistamos o nosso destino de etapa de hoje – a vila de Figueira de Castelo Rodrigo (à esquerda do Cristo) e a cidade histórica de Castelo Rodrigo (à direita). Faltando cerca de uma hora para o anoitecer, decidimos passar pela vila histórica. Hoje conhecemos outro motociclista, um espanhol com uma KTM Adventure 890R. Diz que fez a viagem de Bragança até aqui hoje. Isto enche-nos de otimismo porque é exatamente isto que pretendemos fazer amanhã, antes que o tempo piore definitivamente.

Estamos ainda a lavar as bicicletas na Figueira, a procurar um apartamento por uns tempos e depois estamos a trotar calmamente pelo dia muito difícil de hoje. 

(313 km, Borboleta Guest House, Figueira de Castelo Rodrigo)

Rota 17. Não estou a fornecer o download do GPX porque os percursos do ACT só estão disponíveis para os membros do clube ACT.

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